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[[ | '''Goiânia''' é a capital do estado de [[Goiás]], localizada no coração do [[Centro-Oeste do Brasil]]. Fundada em 24 de outubro de 1933, a cidade é hoje um dos maiores centros urbanos da região, reconhecida por sua infraestrutura, áreas verdes e diversidade cultural. Ao mesmo tempo, carrega os resquícios de um passado marcado pelo coronelismo e por estruturas conservadoras que ainda influenciam a política local, especialmente nas agendas relacionadas à cultura, juventude e política de drogas. | ||
Apesar disso — ou justamente por causa disso — Goiânia se tornou um polo de resistência urbana. Grupos culturais alternativos, coletivos antiproibicionistas, rodas de slam, batalhas de rap, festivais independentes e a cena do skate ocupam as ruas e espaços públicos com arte, crítica social e afirmação política. Essa cultura underground transformou a cidade em um território de disputa simbólica e real, onde se forja diariamente uma nova relação com o espaço urbano, com os corpos dissidentes e com os direitos individuais. | |||
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== História == | == História == | ||
A fundação de Goiânia ocorreu como parte do projeto da "Marcha para o Oeste", durante o governo Vargas, com o objetivo de modernizar o Brasil Central. Idealizada por [[Pedro Ludovico Teixeira]], a cidade foi planejada desde o início com traçado urbano racionalista, inspirado no modelo de cidades-jardim. | A fundação de Goiânia ocorreu como parte do projeto da "Marcha para o Oeste", durante o governo Vargas, com o objetivo de modernizar o Brasil Central. Idealizada por [[Pedro Ludovico Teixeira]], a cidade foi planejada desde o início com traçado urbano racionalista, inspirado no modelo de cidades-jardim. No entanto, a mesma modernidade institucionalizou uma lógica de poder centralizada e excludente, que moldou o conservadorismo político e o controle social até hoje presentes na cidade. | ||
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[[File:Goiânia Noise Festival.jpg|thumb|right|250px|Goiânia Noise Festival, um dos maiores eventos independentes do país]] | [[File:Goiânia Noise Festival.jpg|thumb|right|250px|Goiânia Noise Festival, um dos maiores eventos independentes do país]] | ||
A capital goiana possui uma cena cultural intensa, em constante embate com as tentativas de silenciamento político. É berço de festivais como: | |||
* '''Goiânia Noise Festival''' | * '''Goiânia Noise Festival''' – ícone do rock alternativo e da crítica ao status quo conservador. | ||
* '''Vaca Amarela''' | * '''Vaca Amarela''' – onde música independente e diversidade de vozes se encontram. | ||
* '''Simpósio de Culturas Canábicas''' | * '''Simpósio de Culturas Canábicas''' – espaço de diálogo entre ciência, cultura e política de drogas. | ||
* '''Conexão 420''' | * '''Conexão 420''' – festival organizado pelo [[Coletivo 420]], com foco em arte, ativismo e educação popular. | ||
Outros pontos culturais de resistência incluem o [[Centro Cultural Martim Cererê]], reduto histórico da juventude alternativa e da cena independente, e o [[Oscar Niemeyer Centro Cultural]]. | |||
== Movimento Antiproibicionista == | == Movimento Antiproibicionista == | ||
Goiânia é referência nacional no ativismo pela legalização da maconha e | Goiânia é referência nacional no ativismo pela legalização da maconha e na crítica às políticas proibicionistas. Essa atuação conecta-se a uma rede mais ampla de movimentos sociais, culturais e de rua que enfrentam o conservadorismo com arte, informação e ocupação dos espaços públicos. | ||
=== Marcha da Maconha Goiânia === | === Marcha da Maconha Goiânia === | ||
A primeira edição ocorreu em 2011, após tentativas censuradas nos anos anteriores. Desde então, | A primeira edição ocorreu em 2011, após tentativas censuradas nos anos anteriores. Desde então, a Marcha se consolidou como evento anual e instrumento de articulação política. Costuma ocorrer na [[Praça Universitária]], envolvendo ativistas, artistas, coletivos culturais e movimentos de juventude. | ||
==== Edições marcantes ==== | ==== Edições marcantes da Marcha de Goiânia ==== | ||
* 2011 – Primeira edição | * 2011 – Primeira edição apoiada pelo Congresso Nacional dos Estudantes (CONUNE), participação massiva de pessoas de todo o país. | ||
* | * 2019 – Grande adesão popular mesmo sob forte repressão do governo Bolsonaro. | ||
* 2024 – Tema: | * 2024 – Tema: “Legalize a Planta: Liberdade para quem usa”, com mais de dois mil participantes. | ||
* 2025 – | * 2025 – Tema: “Cultivo livre, associado e popular”, fortalecendo a articulação com associações culturais e terapêuticas. | ||
=== Coletivos | === Instituições e Coletivos Relevantes: === | ||
* '''[[Coletivo 420]]''' – Anticapitalista e | * '''[[NUPECC]]''' – Produz conhecimento crítico sobre política de drogas e autocultivo. | ||
* '''[[Coletivo Mente Sativa]]''' – | * '''[[Coletivo 420]]''' – Anticapitalista, apartidário e cultural, atua com o [[Baque Sativa]], promove a [[Biblioteca Antiproibicionista]], e realiza eventos como [[Bloco Sativa]] e [[Conexão 420]]. | ||
* ''' | * '''[[Coletivo Mente Sativa]]''' – Articulador histórico da Marcha da Maconha, com atuação política, educativa e comunitária. | ||
* ''' | * [[Santa Ganja|'''Santa Ganja''']] – Referência na produção cultural e ativismo canábico. | ||
* [[A Casa de Vidro Ponto de Cultura|'''A Casa de Vidro Ponto de Cultura''']] – Espaço independente para cultura crítica e arte de rua. | |||
== Galeria == | == Galeria == | ||
Edição atual desde as 13h07min de 30 de julho de 2025
Goiânia é a capital do estado de Goiás, localizada no coração do Centro-Oeste do Brasil. Fundada em 24 de outubro de 1933, a cidade é hoje um dos maiores centros urbanos da região, reconhecida por sua infraestrutura, áreas verdes e diversidade cultural. Ao mesmo tempo, carrega os resquícios de um passado marcado pelo coronelismo e por estruturas conservadoras que ainda influenciam a política local, especialmente nas agendas relacionadas à cultura, juventude e política de drogas.
Apesar disso — ou justamente por causa disso — Goiânia se tornou um polo de resistência urbana. Grupos culturais alternativos, coletivos antiproibicionistas, rodas de slam, batalhas de rap, festivais independentes e a cena do skate ocupam as ruas e espaços públicos com arte, crítica social e afirmação política. Essa cultura underground transformou a cidade em um território de disputa simbólica e real, onde se forja diariamente uma nova relação com o espaço urbano, com os corpos dissidentes e com os direitos individuais.
Dados Gerais
| Dado | Informação |
|---|---|
| Estado | Goiás |
| Fundação | 24 de outubro de 1933 |
| Área total | Aproximadamente 739 km² |
| Altitude média | 749 metros |
| População (estimativa IBGE 2025) | ~1,2 milhão de habitantes |
| Gentílico | goianiense |
| IDH | 0,832 (alto) |
| Clima | Tropical (Aw) |
História
A fundação de Goiânia ocorreu como parte do projeto da "Marcha para o Oeste", durante o governo Vargas, com o objetivo de modernizar o Brasil Central. Idealizada por Pedro Ludovico Teixeira, a cidade foi planejada desde o início com traçado urbano racionalista, inspirado no modelo de cidades-jardim. No entanto, a mesma modernidade institucionalizou uma lógica de poder centralizada e excludente, que moldou o conservadorismo político e o controle social até hoje presentes na cidade.
Geografia
Goiânia está situada sobre o Planalto Central, com vegetação típica de cerrado e relevo levemente ondulado. Limita-se com Aparecida de Goiânia, Trindade, Senador Canedo, Bela Vista e Nerópolis.
Cultura e Eventos
A capital goiana possui uma cena cultural intensa, em constante embate com as tentativas de silenciamento político. É berço de festivais como:
- Goiânia Noise Festival – ícone do rock alternativo e da crítica ao status quo conservador.
- Vaca Amarela – onde música independente e diversidade de vozes se encontram.
- Simpósio de Culturas Canábicas – espaço de diálogo entre ciência, cultura e política de drogas.
- Conexão 420 – festival organizado pelo Coletivo 420, com foco em arte, ativismo e educação popular.
Outros pontos culturais de resistência incluem o Centro Cultural Martim Cererê, reduto histórico da juventude alternativa e da cena independente, e o Oscar Niemeyer Centro Cultural.
Movimento Antiproibicionista
Goiânia é referência nacional no ativismo pela legalização da maconha e na crítica às políticas proibicionistas. Essa atuação conecta-se a uma rede mais ampla de movimentos sociais, culturais e de rua que enfrentam o conservadorismo com arte, informação e ocupação dos espaços públicos.
Marcha da Maconha Goiânia
A primeira edição ocorreu em 2011, após tentativas censuradas nos anos anteriores. Desde então, a Marcha se consolidou como evento anual e instrumento de articulação política. Costuma ocorrer na Praça Universitária, envolvendo ativistas, artistas, coletivos culturais e movimentos de juventude.
Edições marcantes da Marcha de Goiânia
- 2011 – Primeira edição apoiada pelo Congresso Nacional dos Estudantes (CONUNE), participação massiva de pessoas de todo o país.
- 2019 – Grande adesão popular mesmo sob forte repressão do governo Bolsonaro.
- 2024 – Tema: “Legalize a Planta: Liberdade para quem usa”, com mais de dois mil participantes.
- 2025 – Tema: “Cultivo livre, associado e popular”, fortalecendo a articulação com associações culturais e terapêuticas.
Instituições e Coletivos Relevantes:
- NUPECC – Produz conhecimento crítico sobre política de drogas e autocultivo.
- Coletivo 420 – Anticapitalista, apartidário e cultural, atua com o Baque Sativa, promove a Biblioteca Antiproibicionista, e realiza eventos como Bloco Sativa e Conexão 420.
- Coletivo Mente Sativa – Articulador histórico da Marcha da Maconha, com atuação política, educativa e comunitária.
- Santa Ganja – Referência na produção cultural e ativismo canábico.
- A Casa de Vidro Ponto de Cultura – Espaço independente para cultura crítica e arte de rua.
Galeria
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Marcha da Maconha Goiânia 2024
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Evento do Coletivo 420 no Centro da Juventude
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Apresentação do Baque Sativa
Ver também
- Marcha da Maconha
- Coletivo 420
- Mente Sativa
- NUPECC
- Movimento antiproibicionista no Brasil
- História da maconha no Brasil
- Cultura canábica
- Festivais de Goiânia
